domingo, 22 de novembro de 2009

A História da Farmácia Magistral


        No Brasil, já nos primórdios do séc.XVIII os boticários e curandeiros preparavam em suas boticas, ervas e drogas vindas da Europa.Com o aumento do n.º dessas boticas, o governo Imperial passou a controlar a atividade, criando um órgão r egulador: “Physicatura  Mor” que exigia experiência de 4 anos como fazedor de remédio para se instalar como boticário.









          No início do séc.XIX surgiram os primeiros cursos de farmácia nas faculdades de Medicina e somente em 1898 surgiu a primeira Faculdade de Farmácia em São Paulo. Nos anos 40 e 50 com o incentivo do Governo Getúlio Vargas indústrias estrangeiras de medicamentos se instalaram no país e encontraram “solo fértil” – o medicamento surgiu como instrumento de dominação técnica e econômica e começou então a decadência das farmácias magistrais, as quais quase desapareceram nos anos 60 até meados dos anos 80. Paralelamente, ocorreu uma certa desvalorização do farmacêutico de forma geral. No final dos anos 80 várias ações e conscientizações, principalmente pelo CFF e CRF´s, fizeram com que a população percebesse o papel social do farmacêutico, e dessa forma ocorreu o resgate da verdadeira missão do profissional de farmácia, re-surgindo assim a essência dos antigos boticários que além de manipular os medicamentos, eram como amigos e zelavam pela saúde da família.



       Ocorreu nesse período um “boom” de farmácias magistrais trazendo uma boa parte da clientela de medicamentos industrializados, indo contra os interesses da indústria e atraindo a preocupação das autoridades sanitárias, visto que, como em toda atividade profissional que cresce desenfreadamente, surgem também falhas inerentes ao ser humano.


       O ano 2000 foi um marco importante na história da farmácia magistral. A então recém criada Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( ANVISA), publicou a RDC 33/00 trazendo o Manual de Boas Práticas de Manipulação – ocorreu a normatização do setor. Muita coisa mudou, mas todos se adequaram e continuaram fazendo a diferença – o setor cresceu ainda mais. 2006 com certeza será considerado outro divisor de águas para a manipulação.



       Nova Resolução é publicada. No dia 18 de dezembro de 2006 foi publicada a tão comentada RDC 214/2006 após um ano e meio de discussão em consulta pública via internet. Tanta polêmica fez com que alterações fossem propostas e algumas aceitas com a publicação de nova RDC em outubro de 2007: RDC 67/2007. ANVISA

FARMÁCIA GALÊNICA: Termo introduzido no século XVI, que significava a “farmácia dos medicamentos complexos”, que pretendia se opor ao termo “Farmácia Química” ou ”Ramo Farmacêutico” que se ocupava da preparação de medicamentos contendo substâncias quimicamente definidas.




MEDICAMENTO COMPLEXO: Resultado da transformação dos produtos naturais em preparações farmacêuticas com possibilidade de administração. Porém se esta transformação originasse uma substância quimicamente definida, designava-se medicamento químico.


O termo “Farmácia Galênica” representa uma homenagem ao médico-farmacêutico, Claudius Galenus, que viveu em Roma no século II de nossa era. Fixou-se em Roma no Império de Marco Aurélio a fim de controlar a peste. Durante muitos anos as substâncias medicamentosas existentes eram exclusivamente de natureza animal, vegetal ou mineral. Posteriormente, com o isolamento dos princípios ativos, o homem teve a tentação de começar a substituí-los.


Razões de ordem econômica e a facilidade de preparação têm levado à substituição quase que sistemática das antigas fórmulas pelos seus componentes principais isolados ou por síntese. As tendências mais recentes da Farmacotécnica a serviço da preparação, maior eficácia terapêutica e segurança podemos citar a Biofarmácia e a Farmácia Clínica.


BIOFARMÁCIA: Determina as relações entre as propriedades físico-químicas dos fármacos, forma de administração e os efeitos biológicos observados.


FARMÁCIA CLÍNICA: Com o aparecimento de novos fármacos, cada vez mais potentes, obriga a cuidados particulares no que diz respeito às incompatibilidades físicas, químicas e biológicas a que podem dar origem. A farmacovigilância atua a nível ambulatorial ou hospitalar, “competindo-lhe toda a atividade tendente a obter indicações sistemáticas sobre ligações de causalidade provável entre medicamentos e reações adversas”. (OMS; 1972).


Observa-se assim a evolução natural da Farmácia Galênica, que, de arte servindo-se do empirismo, passou a ciência complexa e multifacetada, começando a ser encarada e orientada em bases completamente novas, em que a preparação do medicamento nunca pode ser apreciada independentemente do fim a que se pretende.


 Formas Farmacêuticas


São também designadas por formas galênicas ou formas medicamentosas. Exemplos: pós, comprimidos, xaropes, pomadas, colírios, supositórios, etc. São o resultado de várias operações a que se submetem as substâncias medicamentosas a fim de facilitarem a sua posologia, administração, mascarar os caracteres organolépticos e assegurar a ação desejada. Atualmente a Farmacotécnica é subsidiada por outras ciências fundamentais, como a física, a química, e a botânica; e de ciências de aplicação como a Farmacognosia e a Farmacodinâmica. Sendo assim, ela própria se constitui em uma ciência de aplicação, libertando-se cada vez mais do empirismo que a caracterizou no passado.
Após um período de tempo mais ou menos longo, dependente do processo de conservação, o medicamento passa a perder progressivamente a sua atividade. Na prática, considera-se que um medicamento perdeu a sua validade quando foram destruídos mais de 10 ou 15% dos seus princípios ativos. O período durante o qual a destruição se processou até aquele limite é conhecido com PRAZO DE VALIDADE. Por este motivo os medicamentos devem ser verificados de modo a garantir a sua potência inicial e a determinar-se qual o grau de destruição dos seus princípios ativos com o passar do tempo. Compete à Farmacotécnica estudar a forma farmacêutica mais adequada e o melhor meio de se conservar os medicamentos, de modo a prolongar, na medida do possível, o seu período de utilização.


OBJETIVO: Preparar, conservar, acondicionar e dispensar medicamentos, dosados com exatidão e apresentados sob uma forma que facilite a sua administração.

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